29 de set. de 2008

Escute o Misterioso

"Escute o misterioso, não o negue. Não diga precipitadamente que ele não existe. Todas as pessoas que caminharam na terra de uma maneira consciente concordam a respeito disso - o misterioso existe.
O mundo não termina no visível. O invisível existe e é muito mais significativo porque é muito mais profundo. O visível é somente uma onda no invisível. O invisível é o oceano. Dessa maneira, quando algo estranho acontecer, não o negue e não se feche a ele. Abra-se, deixe que ele entre. E todos os dias há muitos e muitos momentos em que o misterioso bate à sua porta. Subitamente um pássaro começa a cantar; escute-o, e escute através do coração. Não comece a analisá-lo, não comece a falar internamente sobre ele. Fique em silêncio, deixe que ele penetre em você tão profundamente quanto possível. Não o impeça com pensamentos. Permita-lhe uma passagem absoluta. Sinta-o, não pense nele. E quando você vir uma flor, não a nomeie, não a chame de rosa. Não diga que ela é bonita - simplesmente sinta-a. Deixe que a beleza o inunde, ao invés de nomeá-la. Deixe que ela o penetre... Deixe-a provocar alguma coisa em você. Mesmo se por um único momento você puder estar com a rosa sem nomeá-la, você ficará surpreso. Seu coração baterá mais forte, com uma nova paixão, com uma nova emoção. Por ter encontrado uma rosa no começo da manhã, você pode se sentir diferente o dia inteiro. Se você viu o sol se erguendo pela manhã e foi arrebatado por ele, você pode se sentir totalmente diferente o dia inteiro. Se você viu os pássaros voando e esteve com eles por um momento, você se sentirá uma pessoa completamente nova -- sua vida começou a mudar. Essa é a maneira de você se tornar um iniciado. Você precisa absorver a beleza da existência, a sua absoluta alegria, a sua bênção transbordante.
(Mestre Osho em: The Tong-tip Taste of Tao)

26 de set. de 2008

O Centro

"Quando estou distante de mim mesma, a sabedoria desliza por entre meus dedos e, então, povôo o espaço não criativo do universo solitário que me habita". (Alba Maria)
Fantástica esta frase! Esta semana conversava com uma mulher sobre os trabalhos do Clã... e explicando nosso propósito ainda falei, o quanto é necessário fazermos o caminho de volta... um caminho de encontro a nós mesmas. As pessoas estão muito distantes de seu coração... é preciso voltar-se ao Centro!
No Centro não existe medo. Nestes últimos dias tenho refletido sobre a beleza do arquétipo do Círculo... em um encontro das Danças Circulares Sagradas escutei com o coração o que uma sábia mulher falou: "Se você se perder na dança venha para o Centro, alguém vai te achar!" MARAVILHOSO, o Centro é a Morada do Ser.
A vida é como uma mandala: tudo se desenvolve a partir do centro. Se estiver conectado ao Centro (ao coração) sua vida terá colorido (Cor/Ação), terá beleza, terá alegria e você jamais se perderá.
A vida para mim é uma dança. Jamais estamos parados, constantemente há movimento, mesmo enquanto durmo, meu sangue, minhas células, meu organismo se movimentam e eu escolho fazer disso uma dança: a dança da vida. Escolho zelar pelo meu corpo físico, esta vestimenta espacial que a Terra me dôou. Escolho zelar pela Terra, Casa Comum de todos nós, escolho zelar pelo Ser Humano que como diz Leonardo Boff:
"Só nós humanos podemos sentar à mesa com o amigo frustrado, colocar-lhe a mão no ombro, tomar com ele um copo de vinho e trazer-lhe consolação e esperança. Nenhuma máquina, nenhum computador (nem o mais inteligente) podem fazer isso... O ser humano sim, porque ele tem um coração que sente a chaga do coração do outro e sabe compadecer-se".
Peço ao Grande Mistério que eu saiba sempre escutar o som do Universo e saiba bailar em harmonia com todos os Seres.
Ana Andrade

25 de set. de 2008

Balsâmicos algozes

Há pessoas que nos libertam...
há outras que nos aprisionam e asfixiam.

Há pessoas capazes de extrair de nós o que há de melhor e mais bonito...
há outras que colocam em evidência toda a nossa imperfeição.

Há pessoas que nos tomam pela mão e nos conduzem...
há outras que nos empurram para o abismo da desorientação.

Há pessoas que semeiam flores de esperança e luz...
há outras que vão colocando espinhos na nossa cruz.

Há pessoas que nos injetam vida, otimismo, confiança...
há outras que aniquilam nosso equilíbrio e temperança.

Há pessoas que nos fazem multiplicar nossos poucos talentos...
há outras que nos fazem enterrar os poucos que supúnhamos ter.

Há pessoas que são balsâmicas em nossas vidas...
há outras que tornam completamente inócua a nossa lida.

Há pessoas que nos estruturam e nos levantam...
há outras que nos fragmentam e nos desmontam.

Assim posto, até onde o destino o permitir,
que possamos ficar longe daqueles que nos são corrosivos,
e que possamos ficar perto daqueles que nos são benfazejos.

Mas às vezes, por uma destas razões incompreensíveis da natureza humana,
descobrimos com espanto que há pessoas que simultaneamente nos elevam e nos abatem...
nos levantam e nos derrubam...
nos apedrejam e deitam bálsamo nas nossas feridas.

E, mais perplexos ainda ficamos, quando constatamos que por um capricho da Criação,
ou quem sabe, da nossa mísera condição, não somos vítimas passivas deste processo,
e que vivendo e interagindo, vamos nós também distribuindo (querendo ou não querendo) alegrias e dores, mágoas e alentos, luz e escuridão...
Como se dançássemos em perfeita simetria
Ou como se contracenássemos em perfeita sintonia com os nossos "balsâmicos algozes".
Tal é a humana condição... eis a questão!

24 de set. de 2008

O Ar fala à uma Xamã


"Eu sou o Ar, aquele que te dá a vida e a morte, sou o que te faz respirar. Me afasto pra que você se aproxime do que chamam morte, significado de minha ausência; me aproximo pra que você possa sentir aquilo que chamam vida. o que é a vida e a morte? É um grande e poderoso movimento que chamam respirar, vida é o movimento de preenchimento e morte é o esvaziamento. O que é a dificuldade de respirar, senão o medo de morrer e o enorme desejo de viver?

A respiração é o fio invisível que liga todos os seres deste planeta ao Grande Espírito. Ela em si é una, mas como todo e qualquer processo que aqui na Terra ocorre, torna-se dual. Assim, o que é um - o respirar - torna-se dois - o inspirar e o expirar. Eis um dos Mistérios do Criador. Perceba que, quando inspira, tu internalizas a vida que vem de mim, Eu te dou a minha vida e, quando expiras, Eu inspiro a vida que vem de ti. Esse é o processo da Vida e da Morte que se estabelece ininterruptamente. Doamos nossas vidas um ao outro e nos tornamos Um. Por meio dessa doação amorosa, podes comprender uma das mais belas virtudes que deve ser praticada, segundo a segundo: a compaixão".


O Ar é o único elemento que, nos faltando por minutos apenas,
tira-nos a possibilidade de viver!
"Quando os humanos decidem descer a este planeta, deslocam-se de um núcleo de luz como células se deslocando de um grande corpo. Antes do deslocamento, fazem um pacto com o Grande Espírito. Um propósito então é definido para cada um. Ao se dirigirem ao planeta escolhido, o propósito, transformado em energia vital, transmuta-se em fio de luz que os liga ao Criador. Esse fio é o que se poderia chamar de cordão umbilical energético; à medida que vão realizando o que vieram fazer, o fio vai sendo diminuído, até que retornem à fonte original. Aqueles que não realizam aquilo que prometeram, dispersam a energia vital que, mal utilizada, será direcionada para fortalecer os caprichos do ego; assim, as qualidades do apego e medo, por exemplo, serão reforçadas, e o que seria libertação transforma-se em escravidão. Todos os que não cumpriram suas metas deverão retornar para este planeta, ou a qualquer outro para efetuar o aprendizado universal. Este processo de saída e retorno a fonte é o que vocês chamam de reencarnação". A palavra é apenas um código criado por vocês; é preciso, portanto, ultrapassar esse código, libertar a palavra, para assim compreender o seu verdadeiro significado".

23 de set. de 2008

Caminho da Cura

(de Jamie Sams)

"Ensine-me a reunir os fragmentos de minha alma,
Resgatando meu potencial perdido.
Eu busco a unidade.
Permita-me encontrar o perdão,
E abraçar uma nova forma de ser,
Abrindo mão da dor e da raiva contra todos que me feriram.
Permita-me curar meu corpo humano,
O veículo sagrado da alma, curando todas as desarmonias
Encontradas na Tigela de Cura.

Permita-me a coragem necessária
para enfrentar os inimigos interiores,
curando minhas fraquezas,
E honrando o guerreiro que ali está.
Permita-me honrar a promessa sagrada,
de ser leal à minha busca de totalidade,
sem nunca abandonar minhas Curas,
nem o coração que bate em meu peito".

22 de set. de 2008

Equinócio de Primavera

Ingresso do Sol em Libra
22 de setembro de 2008 às 12:44 Hora do Brasil

O Sol inicia sua viagem rumo ao Hemisfério Sul, e se encontra exatamente no meio do caminho entre os dois Hemisférios, seccionando o Equador. Ao fazer isso, ele espalha de forma igual os seus raios nos dois hemisférios. Mas, para o Hemisfério Norte isto significa o fim do verão e início do outono e para o Hemisfério Sul o fim do inverno e início da Primavera.

Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador celeste. A palavra equinócio vem do Latim e significa "noites iguais". Os equinócios acontecem em Março e Setembro, as duas ocasiões em que o dia e a noite tem duração igual. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol é o instante em que metade do corpo solar está acima (ou metade abaixo) do horizonte, e o pôr do Sol o instante em que o corpo solar encontra-se metade abaixo (ou metade acima) do horizonte. Com esta definição o dia durante os equinócios tem 12 horas de duração.

Desde a antiguidade a chegada da Primavera era festejada com cantos e danças, como bem representa a imagem acima, que faz parte da Primavera do pintor italiano renascentista Botticelli. A Primavera chega com as chuvas, que alimentam as plantas que ficaram sem folhas ou adormecidas no inverno. Tudo se renova. Os pássaros cantam com novo ardor, iniciando a estação do acasalamento. Após o acasalamento estarão ocupados em preparar os ninhos para os novos nascimentos.Devemos portanto fazer em nós também esta renovação. Tomar novas iniciativas, deixar para trás o ranço do inverno, que trouxe consigo um momento de reflexão e interiorização e até de desânimo. Agora podemos usar roupas mais leves e com cores mais alegres, fazemos uma faxina na casa, jogando fora o velho para dar lugar ao novo, terminarmos com antigos rancores e olharmos o futuro com mais esperança.O signo de Libra é chamado também de Balança. Ela nos impele a buscar a sociabilidade, a igualdade, a justiça. Este signo é relacionado com o elemento AR. É um signo intelectual, regido pelo planeta Vênus. Ar se preocupa antes de mais nada com idéias e princípios. Vênus é a deusa do Amor, e na mitologia grega está ligada ao mito de Proserpina. Filha de Gea que foi roubada por Hades e levada aos infernos. A mãe desesperada pede a Hades que deixe sua filha voltar. Mas Hades a devolverá seis meses por anos, e os outros seis meses ela permanecerá no inferno. É para festejar a volta de Prosérpina que a Terra se veste com suas melhores flores, as árvores se enfeitam, os passaros cantam, tudo é renovado.Esta é a única constelação do zodíaco que não toma seu nome emprestado de um animal e não é representada por um ser humano. Em astrologia mundial o signo da Balança representa os acordos de paz, os tratados de amizade, as associações e a busca do equilíbrio. Ele pede para a humanidade um momento de reflexão que leve à união dos povos, ao sentido de união e favorece as ações pacifistas, os encontros internacionais, assim como o mundo das artes em geral, já que Libra é regido pelo planeta Vênus. Por esta razão o mundo artístico ganha um certo destaque e os momentos de alegria, devido à festas e reuniões sociais.
Não esqueçamos, a primavera com suas flores e árvores renovadas nos mostra que tudo é cíclico e que tudo pode ser melhorado se assumirmos as nossas responsabilidades.

Harmonia e Amor


Se você observar a natureza,
verá que ela despende o mínimo de esforço em seu funcionamento.
A grama não se esforça para crescer, apenas cresce.
O peixe não se esforça para nadar, apenas nada.
As flores não se esforçam para abrir, apenas desabrocham.
Os pássaros não tentam voar, apenas voam...
Essa é a natureza intrínseca.
A terra não se esforça para girar sobre o seu eixo;
é próprio de sua natureza girar sobre o seu eixo.
É próprio de sua natureza girar a uma velocidade estonteante e rolar pelo espaço.
É da natureza dos bebês o estado de graça.
É da natureza do Sol brilhar.
É da natureza das Estrelas piscar e reluzir.
E é da natureza Humana materializar seus sonhos...
E quando seus atos são movidos pelo amor,
não há perda de tempo, de energia e de esforço.
Ao contrário, tudo se multiplica e acumula.
Temos nossa grandeza!
Libere-se para vislumbrar a verdadeira grandeza do Universo:
Sorria!
Ame!
Sinta-se Feliz!
Aceite-se!
Permita-se!

19 de set. de 2008

Netto perde sua alma

Queridos,
aqui no sul o 20 de setembro é uma data especial, marca um relevante episódio na história do Rio Grande do Sul - a Revolução Farroupilha - que deixou muitas marcas no imaginário e na psicologia do povo gaúcho. O período de 14 à 20 de setembro, em nosso estado, chamamos de Semana Farroupilha e entre eventos nativistas, comemorações e homenagens, escuta-se e retrata-se a história do povo do Sul.

Este ano, dentro da programação da Assembléia Legislativa do Estado, estava a exibição do filme "Netto perde sua alma", dos diretores Tabajara Ruas e Beto Souza, um longa-metragem que recebeu 4 Kikitos de ouro no festival de gramado em 2001 - de melhor filme pelo voto do júri popular, melhor música, melhor montagem e o Prêmio Especial do Júri.

O filme narra a história do general Antônio de Souza Netto, que proclamou a República rio-grandense durante a revolução Farroupilha e foi o único chefe militar contra os termos de acordo de paz, que culminou com o seu auto-exílio no Uruguai. República? Sim, é um fato histórico não muito conhecido. Mas o filme, cuja narrativa usa o recurso do flash back, percorre o período de 1816 a 1866 e narra as guerras dos Farrapos e do Paraguai. Isso sim já estudamos na escola.

História de lutas, amor, aventura e liberdade, o filme, baseado no livro homônimo do escritor e jornalista Tabajara Ruas, recria a complexa personalidade do general Netto, protagonista central de dois episódios-chaves da história brasileira - a Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Guerra do Paraguai (1861-1866) - comandando a sua cavalaria de gaúchos e lanceiros negros.

Embora não tivesse um perfil claramente definido como republicano, Netto era favorável às chamadas liberdades civis. Era contra a escravidão e nunca deixou de exercer sua liderança política. Apesar de tantas batalhas, o guerreiro, com porte de herói galante, encontrou tempo para casar, ter duas filhas e cuidar de sua estância em Piedra Sola, distrito de Tacuarembó, no Uruguai. O conflito do personagem com sua própria consciência, rememorando o período da República Rio-Grandense, proclamada por ele em 1836, após o combate do Seival, a derrota, o exílio e a solidão, são enfoques importantes do enredo que se passa no século XIX.

Me emocionei algumas vezes e fiquei pensando nesta terra pisada por tantos guerreiros, quanto sangue foi preciso derramar por um ideal de liberdade, as mulheres que durante muito tempo tocavam os ranchos e estâncias sozinhas, pegavam em armas para se defenderem ou inibirem a visita ou passagem de qualquer estranho, que esperavam em agonia a volta de seu esposo e/ou filhos, vivos ou mortos. Fiquei imaginando por onde já andei, quantos já passaram antes de mim... o filme, realmente, mecheu com meu imaginário e me fez refletir. Estou esperando pelo próximo Longa do Tabajara - Netto e o domador de cavalos - que conta a história do Negrinho do Pastoreio, que se passa no inicio da Guerra dos Farrapos...

Fui buscar saber a história dos Lanceiros Negros, já que tenho grande admiração e respeito por meus irmãos de pele negra, um povo que me passa força, bravura, que não esconde sua fé e sua alegria, que dança e canta para esquecer o sofrimento... quer melhor maneria de espantar o mal?

Caiu em minhas mãos uma leitura que conta a história dos Lanceiros, pesquisa realizada pelo Deputado Raul Carrion, qual não foi minha surpresa ao saber da grande presença e contribuição dos Negros na Guerra dos Farrapos. Porque não me falaram isto na escola? Porque esta parte da história foi escondida ou esquecida?

Os Lanceiros eram negros livres ou libertados pela República, "quando a guerra terminou, os Farrapos tinham duas divisões de negros em suas fileiras, uma de infantaria e outra de cavalaria, totalizando mil homens. De acordo com os cálculos do exército imperial, os negros compunham de um terço à metade do exército rebelde" (DACANAL, 1985, p. 65). Na escola não me falaram da "Surpresa dos Porongos", da traição que fez mais de 80 lanceiros negros mortos, em nome do tal "tratado de paz".


SALVE OS LANCEIROS NEGROS!
Presto minha homenagem à comunidade negra neste 20 de setembro e aos índios, mulatos e mulheres que lutaram com bravura, ao lado de generais e coronéis!

Ana Paula Nunes Andrade

A Terra fala à uma Xamã

"Lembra aos teus irmãos o cuidado que devem ter comigo. Afinal, sou o lar que os abriga, a mãe que os acolhe. Minha matéria física é semelhante a teus corpos: a tua carne é minha carne, teus poros os meus poros, teus centros de poder são também os meus. Lembra que eles estão fazendo uma longa viagem e um dia, quando a Grande Senhora da Transformação se aproximar, o Senhor da Existência olhará para cada um, estenderá sua mão generosamente e perguntará: "O que aprenderam na peregrinação por este planeta? O que deixaram como herança aos seus irmãos, os seres visíveis e invisíveis? E nada poderão negar, pois, como em um filme, suas vidas serão apresentadas diante de seus olhos e dos olhos Daquele que pergunta. Em qualquer lugar em que pensarem estar aqui no planeta, nesta linda viagem, eu estarei também. Vocês são a terra que atraem cada um dos meus irmãos, o ar, o fogo e a água."

Trecho do livro - A voz dos quatro elementos
História de uma xamã
Alba Maria
Editora Kalango

Gosto de dividir minhas leituras com vocês...
Grande beijo
Ana Eçaí

18 de set. de 2008

A técnica sozinha não tem sentido

A técnica sozinha não tem sentido. Só tem eficiência quando permeada pela inspiração e a intuição. O que é o corpo físico por mais belo que seja se não abrigar em si a centelha da vida? Se não for o Templo onde habita o Espírito? É a comunhão entre técnica e a intuição, o corpo e o espírito que faz a diferença. Só assim o fazer artístico passa a ser autêntico, pois expressa com clareza a personalidade de quem o faz...
Lá fora, o mundo é a grande Arena. Só permanece de pé, aquele que soube construir em bases sólidas os alicerces de seu Templo... É preciso coragem para sair do lugar comum. É preciso determinação para olhar o mundo de frente e não esmorecer diante de tanta disparidade. Uma Educação Viva só tem sentido quando envolve o ser humano, com os reais fatos que espelham sua grandeza interior e a dimensão da sociedade da qual ele é parte integrante.


A teoria das Inteligências Múltiplas, expostas pelo cientista Howard Gardner, a partir de 1983, deixa bem claro que, além da inteligência verbal e a Lógico-Matemática que prepondera em nosso sistema educacional, outros prismas da inteligência humana ainda marginalizados, aí estão para serem pesquisados com seriedade, pois dizem respeito essencialmente a enfoques onde “nossa Razão”, embora tão reverenciada, nada ou muito pouco pode opinar. O psicólogo Daniel Goleman em seu Livro “Inteligência Emocional” expõe esta preciosa reflexão:“Uma visão da natureza humana que ignora o poder das Emoções, é lamentavelmente míope. O próprio nome Homo sapiens, a espécie pensante, é enganoso à luz da nova apreciação e opinião do lugar das Emoções em nossas vidas que nos oferece hoje a Ciência. Como todos sabemos por experiência, quando se trata de modelar nossas decisões e ações, o Sentimento conta exatamente o mesmo, e muitas vezes mais que o Pensamento.


Fomos longe demais na enfatização do valor e importância do puramente racional, do que mede o QI na vida humana. Para o melhor e pior, a inteligência não dá em nada, quando as Emoções dominam.”. (D. Goleman. 1995, p.18) Apesar da indiferença que notadamente prevalece na mentalidade de nosso sistema Educacional, ao alicerçar seus fundamentos numa educação excessivamente Cartesiana, ainda existe quem acredite na Arte não apenas como produto decorativo, mas como um instrumento mais amplo do saber humano, conhecimento Intuitivo e por tudo isto, um dos pilares básicos, para a formação equilibrada do cidadão que pensa, sente e age no mundo. Decisivamente a Arte como linguagem do Coração, em todas as suas modalidades, quando bem direcionada, é um poderoso instrumento que tem muito a contribuir, para ampliar estas “novas dimensões da natureza do homem”, e assim amenizar o clamor de uma humanidade emocionalmente carente, apática e ainda desequilibrada. É um desafio gratificante navegar por essas rotas tão poucas exploradas da psique humana. Saber que o conhecimento é universal, não tem limite, não é propriedade particular de ninguém e é acessível a todo aquele que quer aprender. Mesmo porque existem múltiplas formas de aprendizagens que extrapolam o convencional.


Ao trabalharmos nossa sensibilidade, estaremos contribuindo para o nosso crescimento interior e para um padrão de vida mais sadio em nossos relacionamentos com os outros. Acordar no homem a sua transformação, sua ecologia interior. Libertar suas amarras e seus reflexos condicionados. Despertar para o inusitado. Transitar com reverência e disposição de aprender, o caminho promissor entre o profano e o Sagrado. Ter a agudeza de saber perceber a essência humana, compreender seus limites e, sobretudo valorizar suas aptidões. A realização de todo trabalho humano, só tem sentido quando é compartilhada imparcialmente com os outros. O fruto de meu trabalho é para o seu bem estar. O fruto de seu trabalho é para o meu bem estar. E somente assim estaremos cumprindo com nossa função de pessoas solidárias e feitas à imagem e semelhança do Supremo Criador. Enfim... “Somos todos um”!


Jbconrado*





Percorrendo o mundo virtual encontrei este texto de João Batista Conrado, arte-educador, artista plástico/gráfico e poeta, que fala em libertar-nos das amarras e reflexos condicionados. Adorei! Compartilho de seu pensamento e sempre falo em nossos cursos e palestras que a técnica sozinha é como a fé sem obras. Que um bom profissional é aquele que coloca coração naquilo que faz. Aplicar uma técnica pode auxiliar, potencializar ela com amor pode curar.
JBConrado fala da Arte como linguagem do coração e me vem a mente tantas coisas... o Calendário Maia que nos diz que Tempo é Arte, os mistérios da Antiga Fé, que se referem às práticas pagãs como A Arte... estar em harmonia com a natureza, conectada e alinhada com o Céu e a Terra, festejando a vida que cresce a todo instante e que se esvai a cada momento, e que se renova a cada ciclo, é uma Arte.
Reconhecer que tudo dentro de mim é um reflexo da energia imensurável do Universo, que o canto dos pássaros é uma sinfonia, que as folhas que balançam na árvore fazem uma dança e que o vento se comunica quando sopra, é uma Arte. Cozinhar, fazer amor, prestar serviços, é uma Arte. Compartilhar saberes, ser ouvinte e ser contador de histórias, é uma Arte. Curar com o toque, com o olhar, com um abraço, é uma Arte. Fazer sorrir quem estava chorando, dar de beber a quem tem sede e de comer a quem tem fome, é uma Arte.


A Vida imita a Arte ou a Arte imita a Vida? Quem sabe são duas palavras distintas que exprimem a mesma coisa - a expressão do espírito!


Ana Paula Andrade

17 de set. de 2008

Energias de 14 a 26/09

Calendário Maia
por Anna Souza
Terra Planetária Vermelha

Entramos dia 14 em mais um período de 13 dias no Calendário Maia onde podemos nos sintonizar com a vibração cósmica e trabalharmos o propósito deste aprendizado com maior consciencia. Estaremos transitando até dia 26-09 pela Onda Encantada da LUA VERMELHA, O Poder da Água Universal.


Propósitos deste período:

Purificar o lado emocional, estar vigilante, movimentar-se e transcender o ser. Estamos recebendo mais um período com muitas oportunidades de crescimento interior. Durante estes treze dias estamos sendo ativados pelo lado emocional para que haja uma purificação das emoções negativas que atrapalham o desenvolvimento tanto interno quanto externo. É momento de se estar mais unificado consigo mesmo observando o fluir das emoções desde que se acorda até que se dorme. Observar as variações de humor, a intensidade de emoções e determinar o momento preciso de ser feita uma intervenção nas atitudes que não condizem com a energia superior. Faça uma análise de sua vida se aprofundando, cada vez mais, em questões pessoais e tomando conhecimento de seus sentimentos. Entenda o quanto você é especial e ainda não se deu conta disso, ficando a ouvir programações negativas e, se identificar com elas lhe afasta ainda mais do seu centro. Isso lhe deixa vulnerável a todo sentimento e emoção negativa, produzindo um estado de ansiedade e dispersão. Use a sua sabedoria interior para transcender os estados negativos. Fique atento e vigilante. Observe cada oportunidade que a vida lhe dá, para aumentar a sua busca por perfeição. Analise as situações como um observador, saiba como surgiu determinado sentimento negativo e faça as devidas correções, sempre com muita amorosidade para consigo mesmo. Busque novas formas de crescimento interno; novos caminhos que o levem a um livre pensar, longe de "muletas"; sempre procurando harmonizar tudo em sua vida, para aumentar seu campo vibracional de forma positiva, ajudando na evolução do seu ser, aprendendo, com cada momento, a ser uno com o universo.

Um ser micro-cósmico que representa o macrocosmo perfeito. Um ser que está sempre em expansão, sempre em movimento e focado em sua busca de mais conhecimento. Movimente sua vida para que também as coisas evoluam, trazendo uma compreensão mais ampla e transcendendo o próprio ser, para além do tempo e espaço, limitado pela mente inferior. O tempo é mental, então, que sua mente seja ilimitada, para atingir as dimensões superiores, e, para isso, deve-se começar purificando o lado emocional, para entrar assim, em equilíbrio perfeito. Aproveite este período para fazer pequenas viagens ou passeios a lugares em que você possa estar em contato direto com a natureza e assim ativar suas emoções e sentimentos positivos, sorrir mais, se encantar mais, sentindo-se, verdadeiramente, integrado.

Desafios (o que devo aprender?):

Estabilizar a lealdade, equilibrar a receptividade e produzir ordem. Procure ser mais leal a si mesmo, a seus princípios mais elevados, não se deixando levar pela opinião, crenças e críticas negativas do outro. Procure não se sabotar. Se expresse de forma verdadeira e dentro do amor universal. Seja mais flexível e amoroso para com as pessoas que estão trilhando caminhos contrários às suas convicções atuais. Não se imponha, seja compreensivo, pois cada um tem seu próprio processo e pessoa alguma está certa ou errada. Todos estão passando por muitos processos, e alguns são muito dolorosos, mas isso é necessário para recuperar-se o padrão real da essência pura do ser e dar início ao surgimento de uma nova humanidade, livre de padrões destrutivos. Então, os desafios e a superação, de forma corajosa e decisiva, são necessários para a construção desse novo ser livre, consciente e responsável, que está emergindo. Procure refletir em todas as suas atitudes, medite bastante nos padrões repetitivos, tente determinar porque eles estão sempre aparecendo, quando e como corrigi-los.
Esteja receptivo ao seu ser interior, escute o que ele lhe diz e procure estar no momento presente. Pois há uma tendência a se escapar para o passado ou futuro, quando os sentimentos e emoções emergem de força inesperada e avassaladora. Sempre reflita a Luz e quando perceber que algo está diminuindo ou tentando apagar essa luz, tome uma grande atitude para consigo mesmo e tal como uma linda Fênix (a ave mitológica que renasce das cinzas), abra suas asas e ouse voar alto, mostrando todas a sua beleza, mantendo a mente em ordem e se aperfeiçoando e se manifestando a melhor forma de refletir a luz. Desapegando-se da mesmice, de antigos padrões e de formas condicionadas, o amor e o encanto abastecem seu ser de luz.

Qual é a ação?

Ativar o bom humor, ampliar sua visão e libertar a energia.A vida é uma grande e profunda magia e, saber ativar essa magia, é vivenciar o ser em todas as dimensões de luz. Procure ser mais flexível, menos rígido para com você e para com os outros. Sorria mais, brinque, ative seu bom humor sempre, mesmo em momentos, aparentemente, difíceis; não permita que sua luz se apague. Esteja atento às ilusões, pois a mente, às vezes, sofre interferências externas e cria situações que não existem, fazendo com que você se perca em um mundo emocional negativo, dando asas à imaginação e lhe levando a momentos, até mesmo complicados, na vida. E, por conta disso, muitos relacionamentos e amizades se desfazem; sentimentos que produzem dispersões e afastamento da luz vêm à tona. Fique atento para perceber quando isso ocorrer e ative, em si mesmo, a magia de estar, sempre, de bem com a vida. Se sentir dificuldade, respire profundamente e solte o ar lentamente imaginando que ele forma um grande arco-íris em volta de você. Essa é uma grande magia. Se esforce para ver sempre mais além. Recuse-se a ter uma visão limitada, e, quando você a ampliar, saiba que ela é ainda maior.

Entenda que tudo o que seu olho alcança, é uma grande ilusão, e o real está por trás de tudo isso, está além do alcance do nosso ego. Compreenda que tudo faz parte de sua mente. Qualquer coisa, para existir, foi primeiro criado, pela mente e que só você tem o poder de desfazer. Liberte a energia presa que lhe consome e pode lhe fazer adoecer. Modifique sua maneira de ser, de agir, de viver e de encarar a vida. Sentimentos e emoções negativas só levam à perda de energia, pois você fica preso a um mundo energético-emocional-negativo, e se não libertar essa energia, procurando absorver energia pura, a tendência é dor e sofrimento. Permita que o seu ser pura-luz se apresente e comande a cena.

Qual a melhor forma de agir?

Definir a forma de influenciar, questionar, ousar e iluminar a vida.
Procure definir de que forma você pode influenciar, sempre usando a sabedoria, de forma positiva. Perceba quando você estiver tentando impor uma opinião e/ou usando de autoritarismo e, corrija isso imediatamente. Perceba para não se machucar ou não machucar alguém, com alguma observação ou palavras de imposição. Respeite o livre arbítrio de cada um. Busque sempre a forma de estar em harmonia e manifestando as emoções positivamente. Faça uma auto-análise e saiba quando deve ser energético consigo mesmo, para mudar um padrão negativo de pensamento. Tome decisões através de questionamentos inteligentes e consiga as chaves para o seu crescimento interior. Integre-se a seu ser para perceber cada reação, cada sentimento, cada emoção e compreender o porquê de estar agindo de certa forma em certas situações, o porquê de certos padrões se repetirem. Tenha a coragem para se encarar, de frente e fazer os ajustes necessários para iluminar a vida, atraindo luz e expandindo-a, para que outras pessoas sejam também iluminadas.
Como um guerreiro-viajante-intergaláctico, que somos, não devemos ter medo de sermos luz e assim continuamos nossa caminhada buscando a pureza de sentimentos, emoções e pensamentos e assim, compartilhando com o outro, a luz e a alegria de viver. Porque esse é o sentido da vida, purificar e iluminar o ser para que, junto com o planeta, se dê o grande salto dimensional. Porém, antes se deve equilibrar os instintos e o próprio ser. Então, procure compartilhar com o outro a sabedoria e se integrar à luz.

Vôo Mágico (qual é a saída):
Transcender o ser.Transcender o ser é ir além de si mesmo, é nutrir todo o ser com tudo o que for positivo, estando sempre em sintonia com o que traz paz e harmonia. Estando sempre confiante na Grande Força que mantém a perfeição do universo, do qual você é a representação tridimensional. Todos os seres trazem consigo programações negativas e positivas, que foram adquiridas ao longo da vida ou de encarnações, impressas por outros seres, lugares ou situações, que se teve contato, então, o seu grande salto é descobrir, em si mesmo, essas programações, separar o que é positivo do que é negativo e tomar a decisão de ir além de tudo isso encontrando seu verdadeiro eu, seu verdadeiro centro, onde só há luz e paz, e quando estiver no aqui, agora, da tridimensionalidade, ser aquele que transmite paz, luz e se apresenta como o conhecedor de seu próprio ser. Transcendendo os instintos e atraindo luz.

15 de set. de 2008

Eu estou para mim...
eu estou nas minhas mãos...
eu existo para mim...
eu estou neste ambiente interior...
sou meu amigo...
me amo, me aceito como sou, sem culpa...
porque eu estou para mim em paz...
eu estou para me elevar...
me organizar...
me disciplinar...
sou forte, benevolente, alegre, equilibrado...
eu tenho em mim a porta da liberdade...
eu tenho em uma das mãos o não quando me convém...
em outra o sim quando for bom para mim...
sinto muito amor, bondade...
sou próspero em tudo que é bom...
meus olhos só enxergam o bem...
meus ouvidos só ouvem o que me dá prazer...
minha boca só diz a verdade...
as palavras que digo são da minha responsabilidade...
o silêncio me envolve me beneficia...
não tenho culpa...
se errei foi inconsciente...
o perdão faz parte do meu sentimento...
eu emito paz...
eu recebo paz...
tudo que recebo da vida eu agradeço...
e tenho o poder de transformar para melhor...
o passado não existe...
não me ocupo do futuro...
vivo o presente...
faço do perdão minha força...
da batalha minha esperança...
do medo minha segurança...
dos desencontros o amor...
da tristeza a alegria...
do fracasso o sucesso...
deixo de ser vítima dos problemas...
torno-me autor da minha própria história...
a água que bebo me purifica...
a do banho me dá energias...
a luz que recebo me esclarece, sem confundir...
iluminando o caminho que devo seguir...
por que sou luz q não se apaga...
luz para iluminar, luz para obstáculos tirar...
luz que reflete paz...
luz que alimenta fé...
luz que esperança traz...
luz sempre desejada...
luz na escuridão...
luz na multidão...
luz para o próximo que precisar...
luz para minha casa clarear...
luz para o irmão elevar...
luz para o senhor glorificar...
por tudo isto, agradeço a deus...
pelo milagre da minha vida...
Obrigado Senhor!
Luiz Antônio Gasparetto

12 de set. de 2008

Depoimentos de uma Vivência Feminina

Círculo Feminino
Vivência Terapêutica "La Loba"
Resgatando a Mulher Selvagem - 06 e 07 de setembro de 2008
Serra Gaúcha


"Olá, é muito gostoso sintonizar a energia do grupo e sentir a energia feminina tomar conta do meu ser, o curso foi maravilhoso, cada mulher do grupo trouxe um pedaço de mim que estava esquecido em algum canto, trancado pela necessidade e cobrança de agir pautada num modelo masculino.
É como se o meu melhor e a energia feminina, não fossem bem aceitas e valorizadas nesse mundo masculinizado e, agora pude resgatá-la compreendendo e aceitando que é isso que eu sou: mulher.
Está sendo fantástico, uma nova experiência e sem dúvida uma bela e doce etapa!
Adoro vocês!
Grata"!
Deise


"Meninas,
Antes de tudo muito obrigada! Vocês não sabem o quanto esta última vivência já me transformou! Estou me sentindo mais forte e capaz, pronta pra encarar qualquer coisa! Obrigada, por terem cruzado o meu caminho.Obrigada por serem o meio para eu chegar a mim mesma!Podem contar com a minha presença na próxima vivência!

Gostaria de agradecer imensamente a cada uma pelos momentos reveladores desta vivência que realmente me tocou e me transformou como mulher. Todas vocês foram essenciais para eu chegar a mim mesma, para eu curar o meu feminino. Muito obrigada!
Dedi...tô cuidando bem do filtro dos sonhos, coloquei junto a minha cama!
Alice...guarda bem a canga! (eheheheheh... estou ainda exercitando o desapego)".
bjs, Dani


"Vocês são mulheres admiráveis, estão no meu pensamento, ainda está forte a vivência do final de semana em mim. Quero compartilhar que o trabalho foi bastante intenso para mim também. É impressionante como o círculo age... aquilo que tem que ser mechido é mechido, quando é a hora é a hora... quando a consciência está pronta para captar do inconsciente aqueles aspectos que devem ser curados e você não compreende ou pensa que pode deixar para mais tarde... o coiote se apresenta! Sempre que entro no círculo, entro plena de amor de entrega e de confiança e sempre disposta a me curar. Este trabalho é maravilhoso, somos o sonho e somos a sonhadora, somos a teia e somos quem a tece, somos a cura e somos a curadora.
Amo fazer parte deste Clã e divido minha alegria com vocês, minhas irmãs, minhas mães e minhas filhas.
Sou grata a Grande Mãe e ao Grande Mistério por tê-las encontrado em minha caminhada, que possamos muitas vezes mais cantar e dançar juntas. HEI"!
Abraços,
Ana Paula Andrade

11 de set. de 2008

La Loba







... DANÇAR...










CRIAR...










... IR EM BUSCA JUNTAS...



Próxima vivência terapêutica para Mulheres

Clique na imagem para ampliar.
Venha de saia e traga uma taça e uma rosa.

8 de set. de 2008

Curar é simples

As condições físicas e psíquicas da época presente são pouco favoráveis à saúde. Pela sua constituição genética atual, nosso corpo físico poderia durar cerca de 150 anos. Entretanto, seu tempo médio de vida tem sido muito menor.
Três fatores na civilização moderna são especialmente responsáveis pelo desgaste do corpo físico: o uso dos produtos químicos, a alimentação e os hábitos inadequados, densos de­mais para o atual desenvolvimento da cons­ciência, e as tensões que sofremos — tanto externas, quanto emocionais e mentais. Esses fatores são tão disseminados que é
praticamente impossível não sermos tocados por eles.
Se todos estamos diante desses fatores que abalam o organismo, como en­tão obter saúde e equilíbrio e proporcioná-los às pessoas?
Vivemos simultaneamente em vá­rios níveis de consciência. As desarmonias são próprias do nível físico, do emocional e do mental. Além desses três bem conhecidos, há os chamados supramentais (abarcam o mundo intuitivo, o espiritual e outros ainda mais elevados), que não são afetados por nada de negativo e onde temos a maior parte do ser.
Portanto, para termos condições de ajudar a quem se encontra em dificuldade, precisamos aprender a focalizar a consciência nos níveis isentos de desarmonias. Se estamos excessivamente dedicados ao corpo físico ou presos a algum problema emocional ou pensamento negativo, necessitamos mudar tal situação. Para isso, basta transmitir ao nosso eu externo a idéia de que ele não é apenas um envoltório da consciência, mas um templo vivo, que contém a essência imaterial do ser. Essa perspectiva pode elevá-lo, enobrecê-lo e, conseqüentemen­te, transformá-lo.
Se alguém nos procura para tratar de seus problemas, só o ajudamos ver­dadeiramente quando nos conectamos com níveis superiores àqueles em que os ditos problemas se localizam. Tenhamos presente que não seria bom querer conduzir o que acontece no interior de quem nos pede ajuda. A ajuda real e durável é possível quando damos inteira atenção à pessoa, porém mantendo-nos focalizados em um nível supe­rior. Não se trata de correspondermos ao que ela espera, mas de mantermos a consciência em um nível elevado durante o contato com ela. Em outras palavras, quando alguém nos pede ajuda, abre em sua consciência um espaço. Se a energia positiva do nosso ser preenche esse espaço, a negatividade expelida, se retornar, encontra-o ocupado.
Não somos nós que curamos alguém, mas é o próprio doente que se cura. É ele que emite o apelo e é ele que recebe a estimulação para transformar- se. Se não fizesse esses dois movimentos, nenhuma ajuda poderia ter.
Além disso, quando mantemos a consciência num nível elevado, a pessoa a ser ajudada acompanha-nos nessa ascensão se tem afinidade conosco; recebe, assim, a energia curativa dos planos superiores.
A energia da cura não é nenhum remédio, tampouco nada de mágico. Mas quando desce das esferas supramentais ao mundo material, harmoniza tudo o que encontra.
A cura nasce do silêncio naquele que, tendo-se esvaziado, se volta para o Alto e se deixa preencher pelo que lá encontra.

Da Série Sínteses de palestras de Trigueirinho
Curar é simples
Irdin Editora

4 de set. de 2008

Baba Yaga - Mulher Selvagem

BABA YAGA

Caminho pela floresta
e falo intimamente com os animais
Danço descalça na chuva
Danço nua
Viajo por caminhos que eu mesma faço
e da maneira que me convém
Meus instintos e meu olfato são aguçados
Expresso livremente minha vitalidade
minha alegria pura e exuberante
para agradar a mim mesma
porque é natural
é o que tem de ser
Sou a selvagem e jubilosa energia vital
Venha e junte-se a mim


Baba-Yaga é uma velha, muito velha, que vive em uma cabana sobre pés-de-galinha. Ela se alimenta de ossos humanos moídos em seu pilão, mas há quem diga que também come criancinhas com seus dentes de ferro. E voa dentro de um almofariz de prata, muito veloz. Contam ainda que o rastro de cinzas que deixa pelo céu, rapidamente a danada vai apagando com sua vassoura. Importante figura no imaginário do povo russo, Baba-Yaga está presente em muitos contos tradicionais, no caminho de Vasilisa, a bela, ou do destemido Príncipe Ivan, como nas bilinas (narrativas em verso) de grandes poetas românticos, entre eles, Gogol, Puchkin, Liermontov. Igualmente na música clássica daquele país, alguns compositores se dedicaram a fazer-lhe um "retrato sonoro": temos três poemas orquestrais com Dargomíshky, Balakirev e Liadov; ela também aparece na suíte Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, e no Álbum para Crianças, de Tchaikovsky. Talvez, a primeira antologia de literatura russa de tradição oral, que o público de língua portuguesa teve acesso, fora feita por Alfredo Apell, nos idos da década de 1920. No Brasil, a bruxa aparece na história de encantamentos "A princesa-serpente", na coletânea Contos populares russos organizada por J. Vale Moutinho (Nova Crítica, 1978 e Princípio, 1990), mas coube à escritora Tatiana Belinky o resgate mais bem divulgado como literatura para crianças: a velha Yaga e a magia das skáskas (narrativas maravilhosas), estão em Sete contos russos (Companhia das Letrinhas, 1995). Mais recentemente, foram publicados, em três volumes, os Contos de fadas russos, organizados por Aleksandr Afanas'ev, a partir de 1855, com o título Narodnye russkii skazki, base destes trabalhos e outras formas adaptadas (Landy, 2002 e 2003). Clarissa Pinkola Estés, em seu livro "Mulheres que correm com lobos" faz uma re-leitura do conto de Vasalisa e Baba Yaga. Considera todos os componentes do conto como representações da psique feminina - é ÓTIMO!
Quase sempre, Baba-Yaga é a temível bruxa, a malvada, la maliarda. Às vezes, ela parece ser apenas uma grande conselheira ou a guardiã de muitos segredos, moradora da escuridão numa densa floresta. Sob esta faceta, Baba-Yaga seria assim como a representação da Mãe-Natureza, igualando-se às antigas deusas, uma divindade com poderes sobre a vida e a morte porque rico em mistérios é seu perfil. Contudo, nossa maneira apressada de encarar as realidades imaginárias acomodou-se sobre a lógica a dividir o mundo em partes e posições irreconciliáveis.
Quando se pensa em bruxas, evocam-se as fadas e uma eterna rivalidade, ou seja, a luta entre o Bem e o Mal. Ora, a designação "bruxa" dada às velhas sábias surgiu muito antes do cristianismo lançar sua caça à elas, e referia-se a uma casta de sacerdotisas de um sistema religioso antigo e diferente, com caracteres próprios ao paganismo: uma religião de culto à Terra. Durante a baixa Idade Média (até meados de 1400), as bruxas eram tidas em consideração pelos camponeses, aldeões e demais homens das vilas. A bruxaria era, para o Clero e a Coroa, uma simples superstição e, de modo algum, estava associada aos poderes do Mal.
Reconhecidamente, as velhas que prestavam serviços para toda a comunidade na condição de parteiras, curandeiras, conselheiras, eram bruxas. Acreditava-se (uma tradição que ainda hoje se mantém) que essas mulheres tinham poder e influência sobre o corpo de outras pessoas e podiam curar doenças, bem como havia a crença de que sua magia e outras formas de projeção podiam favorecer a boa colheita. Com suas ervas milagreiras, a antecipação do futuro e outras simpatias, as bruxas eram respeitadas. A Medicina era ainda uma ciência incipiente, atendendo prioritariamente às camadas mais altas da sociedade medieval, como a nobreza e o clero; mesmo assim, os resultados a que chegava eram menores e mais incertos que os milagres operados pelas velhas sábias do povo.
No entanto, com a crise que a igreja medieval enfrentou junto às classes populares, as bruxas acabariam por cair em desgraça. Política e religião uniram forças e passaram a difundir novas imagens e idéias a respeito do curandeirismo e outras superstições relacionadas às velhas. Tornaram-se agentes do Mal, foram demonizadas dentro dos tribunais, em oposição a um sistema que representava a visão do Bem. Como portadoras de uma maldição divina, as bruxas se transformaram ideologicamente em consortes do próprio Diabo — ao mesmo tempo em que, na iconografia da época, o anjo soberbo ganhava novos contornos, assemelhando-se ao traçado animalesco e profano do antigo deus Pã. Fora criado igualmente o conceito de sabá, a grande festa orgíaca em que a devassidão, a gula e a beberagem tomavam a cena, gerando terror e histerismo entre o povo. O velho conselho de uma bruxa não continha mais sabedoria, tornou-se um maledicente sussurro como um vento sequioso, frio e corruptor. E, entre os véus e alguma penumbra da fantasia, surgiram voláteis fadas, numinosas entidades, obrigando as mulheres-bruxas a esconderem-se em refúgios cada vez mais ermos.
Os contos populares de magia são pródigos nas imagens do sítio abandonado, da alta torre, do castelo debaixo da montanha ou imerso no mar, como a casa perdida no meio da floresta em que ninguém ousa penetrar. Vasilisa, a Formosa, andou e andou, e só ao entardecer do dia seguinte ela chegou à clareira onde ficava a cabana da Baba-Yaga. A cerca em volta dessa cabana era toda feita de ossos humanos, encabeçados por crânios espetados neles, com olhos humanos nas órbitas. E o trinco do portão era uma boca humana cheia de dentes aguçados. E a casinha era construída sobre grandes pés de galinha. (Belinky 1996: 25-6)
Longe do convívio humano, Baba-Yaga tem o domínio pleno e solitário da floresta, suas árvores e as sombras, revelando-se como uma das manifestações do arquétipo feminino da Grande-Mãe, com quem, em última instância, todos buscam um consolo ou ajuda. O encontro de Vasilisa com ela guarda certas semelhanças com uma versão primitiva pouco conhecida do conto de "O Chapeuzinho Vermelho", que remete não apenas a um rito de passagem, mas à transmissão de poderes da mulher velha para a jovem (Kaplan, 1997). É necessário um período de convivência naquela cabana e abandonar os temores e as curiosidades infantis, para que uma nova aprendizagem se estabeleça. É ilustrativo o diálogo com Vasilisa, a respeito dos três cavaleiros que a menina vira passar (o branco, o rubro e o preto), quando se dirigia à cabana sobre pés-de-galinha. A velha responde que eles respectivamente são "meu dia, minha tarde, minha noite". Não poderia se expressar de outra maneira, não fosse a verdadeira senhora da passagem do tempo. "Podemos chamá-la de Grande Deusa da Natureza", afirma Marie-Louise von Franz, mas "obviamente, com todos esses esqueletos em volta de sua casa, ela é também a Deusa da Morte, que é um aspecto da natureza" (1985: 208).
Baba-Yaga compreende igualmente os dois mistérios extremos da Vida, o nascimento (criação) e a morte (destruição). A Grande Mãe nem sempre é Boa Mãe. Na escala grandiosa, o seu aspecto negativo, devorador e asfixiante, denomina-se a Mãe Terrível [...] Nos mitos, aparece como a mãe devoradora que come os próprios filhos. Conhecemo-la como a cruel Mãe Natureza, que procura repossuir toda a vida — toda a civilização — com a finalidade de colocar tudo de novo dentro do ventre primevo. Como terremoto, abre literalmente o ventre para sugar o homem e suas criações de volta a si mesma. (Nichols 1995: 105)
Além de suas qualidades dóceis e férteis, o arquétipo da Grande-Mãe simboliza a destruição necessária para uma nova ordem. O sorriso malévolo de Baba-Yaga pode ser comparado com inúmeras representações de um tipo de mãe-fera, como é o caso da deusa Kali da tradição hindu. Sedenta de sangue, Kali pode surgir inesperadamente diante de seu expectador com a língua vermelha estirada para fora — antevendo o prazer da devoração.
Do bosque saiu a malvada Baba-Yaga. Viajava dentro de um almofariz e segurava na mão o pilão e a vassoura. — Cheira-me aqui a carne humana! — suspeitou a terrível bruxa. Vasilisa estava tão aterrorizada que se sentiu desmaiar. Tudo em volta era sinistro e Baba-Iaga tinha um ar ameaçador. Mas resolveu encher-se de coragem. Já que ali estava, pelos menos ia tentar a sorte e pedir ajuda àquela horrível bruxa. Assim, aproximou-se da velha, inclinou-se e disse: — Olá, avozinha! As minhas irmãs mandaram-me vir ter contigo, para te pedir lume. (Beliayeva 1995: 81)
Quando nos deparamos com o temível, ou mesmo com o nariz e as rugas de Baba-Yaga, intimamente sabemos algo de sua força e sua ancestralidade mágica. Tratá-la com respeito é o primeiro passo para conquistar respeito em troca. Quando Vasilisa encara a feiticeira com sinceridade, sem soberba ante o perigo, assegura as chances para uma cumplicidade e convivência pacífica com a velha. Não cair em sua ira devoradora significa ter acesso aos conhecimentos dessa potestade arquetípica.
Durante a estadia na isbá da bruxa, há de recuperar essa memória, os segredos de quem sabe ouvir a música das correntezas subterrâneas. Ao mesmo tempo em que vai demonstrando sinais de afeição, a menina reconhece na outra o saber, ainda que inconsciente, na verdade é seu. Afinal, que imagem o espelho de seus olhos refletirá?
Enquanto Baba-Yaga jantava, Vasilisa ficou ali perto, silenciosa. Baba-Yaga disse: "Por que é que você está me olhando sem dizer nada? Você é muda?" A menina respondeu: "Se pudesse, gostaria de lhe fazer algumas perguntas."Pergunte", disse Baba-Yaga, "mas lembre-se, nem todas as perguntas são boas. Saber demais envelhece!" (von Franz 1985: 206)

A honestidade que a busca espiritual exige de nós é ilustrada nos contos russos de iniciação sobre Baba Yaga. Baba Yaga é uma velha de aparência selvagem que mora no meio da floresta, está sempre mexendo o caldeirão e sabe de tudo. Ela assusta, pois quem a procura é obrigado a entrar na escuridão, a fazer perguntas perigosas, a deixar o mundo da lógica e do conforto.
Quando, empenhado na busca, o primeiro jovem chegou tremendo à porta de sua cabana, Baba Yaga perguntou: "Você está aqui por conta própria ou foi mandado por alguém?" Como a família do jovem apoiava sua busca, ele respondeu: "Fui mandado pelo meu pai." No mesmo instante, Baba Yaga o jogou no caldeirão e o cozinhou. A segunda pessoa a procurá-la, uma moça, viu o fogo crepitando e ouviu a risada de Baba Yaga. Novamente, Baba Yaga perguntou: "Você veio por conta própria ou foi mandada por alguém?" Essa jovem tinha ido para o bosque sozinha em busca do que encontrasse. "Vim por conta própria", respondeu ela. Baba Yaga a atirou no caldeirão e a cozinhou também.Mais tarde, um terceiro visitante, uma moça profundamente confusa diante do mundo, chegou à casa de Baba Yaga no meio da floresta. Ela viu a fumaça e percebeu o perigo. Baba Yaga a encarou: "Você veio aqui por conta própria ou foi mandada por outra pessoa?" A jovem respondeu com sinceridade: "Em parte vim por conta própria, mas em parte vim por causa de outras pessoas. Em parte vim porque você está aqui, por causa da floresta e por causa de alguma outra coisa que esqueci. E em parte nem sei por que vim." Baba Yaga ficou olhando para ela por um momento e disse: "Você serve." E a convidou para entrar na cabana.

As divindades da Lua Nova nunca nos procuram; nós é que devemos procurá-las!

3 de set. de 2008

A HISTÓRIA DO FEMININO

PARA COMEÇARMOS: A HISTÓRIA DO FEMININO

Quando observamos a forma de organização social, em nossa cultura, percebemos um tipo de relação que se estabelece entre homens e mulheres, uma organização social, econômica e política que tem como características as relações de poder e de submissão. Olhamos a história da humanidade e percebemos um longo caminho evolutivo deste tipo de relação. Podemos chegar à conclusão de que a humanidade sempre foi assim; cruel, destrutiva e contraditória, como demonstra nossa história.Mas se observarmos realmente toda nossa evolução histórica vamos ver que nem sempre foi assim. Voltemos cinco mil anos atrás e veremos em nossa pré-história um tipo de organização diferenciado. A existência de culturas pacíficas, voltadas à comunidade e à celebração dos ciclos naturais vistos na representação da grande deusa mãe terra. Ou seja, naquela época deus era mulher, a divindade era simbolizada no feminino. Os primeiros historiadores a perceberem esta diferenciação colocaram que seria uma sociedade matriarcal, como oposto completo de nosso atual patriarcado. Mais tarde chega-se à conclusão de que em realidade a organização das relações de poder nesta época é completamente diferenciada da que ocorre hoje. Em realidade não havia a qualificação de um gênero sobre a desqualificação de outro. Possivelmente haviam papéis definidos para homens e mulheres na estrutura social, mas o reconhecimento do saber. O poder de decisão era atribuição de ambos os sexos. Os historiadores chegaram à conclusão de que em realidade eram culturas matrilineares, ou seja, a linhagem é definida pela mãe...


INTEGRAÇÃO DO FEMININO
por Myrthes Gonzalez

Pensamento Biocêntrico

Acompanhe este texto no endereço acima. Myrthes é mais uma mulher guerreira que tivemos o prazer de conhecer durante nossas andanças.



Por todas nós!

Por todas as filhas e velhas que, não obstante difamações culturais que digam o contrário, não obstante mágoas, decisões equivocadas, fracassos totais... são prova viva de que a alma ainda volta à vida, ainda vive, e de modo vibrante... por todas as filhas e velhas que, apesar de todas as fraquezas, apesar de toda alengalenga do ego que indicaria o oposto, há muito tempo têm certeza, ou acabam de ter um vislumbre, de que nasceram com a sabedoria no corpo e na alma, e que essa sabedoria é tanto sua herança dourada como seu estopim dourado. Por todas as filhas e mais velhas que estão criando as referências que mais importam: prova de que uma mulher é como uma àrvore gigantesca que, por sua capacidade de se mover em vez de permanecer imóvel, pode sobreviver às piores tempestades e perigos; e ainda estar de pé depois; ainda descobrir seu jeito de voltar a balançar, ainda continuar a dança. Por todas as filhas que ainda estão em formação, quer tenham acabado de começar, quer já tenham avançado no caminho, para se tornarem "ordinariamente majestosas" e tão sábias, indomáveis e perigosas quanto forem convocadas a ser - o que é muito. Muito. Muito.

Por elas...
por todas nós,
Grande Avó e Grande Avô, Grande Neto e Grande Neta, da mesma forma...
Que todos nós nos aprofundemos e vicejemos, que criemos a partir das cinzas, que protejamos aquelas artes, idéias e esperanças que não podemos permitir que desapareçam da face desta terra. Por tudo isso, que vivamos muito, e nos amemos uns aos outros, jovens enquanto velhas, e velhas enquanto jovens para todo o sempre.
Amém.

Encerra-se aqui as preces de gratidão retiradas do livro "A Ciranda das Mulheres Sábias", que carinhosamente venho compartilhando nos últimos dias, mas que não se encerre nossas preces por todas as mulheres a cada dia e a cada noite.
Que a Deusa abençôe a todas e todos!
Ana Paula Andrade

2 de set. de 2008

Por todas as filhas e velhas que apóiam o que é bom e afastam a obediência cega a qualquer supercultura que premie somente a forma nivelada e deprecie o pensamento... por todas as filhas e velhas que estão se tornando escaladoras cada vez mais astutas de montanhas místicas e que por vezes percorrem caminhos acidentados... por aquelas que cada vez mais põem alma no que dizem, e pelos animais, águas, terras e céus... pelas que mantêm caldeirões cada vez mais fundos, que são a lente que amplia a luz do farol, que se erguem como terra firme, onde antes não havia terra... por aquelas que estão inflamadas com o desejo de ensinar e de aprender, pelas que estão apenas descansando para poder se levantar com prazer mais uma vez... por essas flores noturnas cuja fragrância tem um efeito profundo e prolongado, muito embora os botões estejam ocultos... por todas as filhas e velhas que mantêm as mãos não só no berço, mas também na roda do leme do mundo ao seu alcance... por aquelas que abandonaram algo essencial e gerador de vida, e voltaram para recuperá-lo... por aquelas que destruíram algo e pediram perdão com humildade em nome do amor... por aquelas que deixaram algo por fazer, se esqueceram, sem captar sua importância – mas voltaram, reconstruíram, amenizaram, deram "a bênção" na medida da sua capacidade... por todas as filhas e velhas que assumiram o papel de culpadas e deram tudo de si para reparar danos causados por outros... pelas filhas e velhas que sempre se interessam mais em ser amorosas do que em estar com a "razão"...

Por elas...
que se dêem conta de como sua vida é preciosa, de como,


apesar de quaisquer imperfeições, elas são exatamente os baluartes,


as pedras de toque, as notas fundamentais, os paradigmas necessários.

1 de set. de 2008


Por todas as filhas inteligentes, desconhecedoras, sem rumo e pelas que tudo sabem... pelas filhas que estão avançando direto ou que prosseguem aos trancos... pelas que estão aprendendo a chorar novamente... pelas que estão aprendendo a gargalhar... por todas elas, não importa se estão saudáveis, curadas ou não, não importa de que classe, clã, oceano ou estrela... por todas as filhas que herdaram amor em abundância de antepassadas queridas que já se foram, mas que mesmo assim ainda fazem visitas... por todas as filhas que um dia ouviram por acaso o conselho de uma sábia destinado a outros ouvidos, mas essas "palavras certas na hora certa" causaram uma centelha que iluminou seu mundo daquele momento em diante para sempre... por todas as filhas que ouviram a sabedoria, não a entenderam, mas a guardaram para o dia em que conseguissem compreender... pelas filhas que remam sozinhas e cujas antepassadas escolhidas foram por necessidade encontradas em livros queridos, em imagens norteadores captadas no cinema, na pintura, na escultura, na música e na dança... pelas filhas que absorvem o bom senso e as atitudes necessárias trazidas por espíritos de sabedoria, àsperos e evanescentes que aparecem em sonhos noturnos... pelas filhas que estão aprendendo a escutar a velha sábia da psique, aquela estranha sensação interior de nítida percepção, de audição, noção e ação intuitivas... pelas filhas que sabem que essa fonte de sabedoria interior é como a panela de mingau dos contos de fadas que, por mágica, nunca se esvazia por mais que se derrame seu conteúdo...

Por elas...
abençoadas sejam suas belezas, tristezas e buscas;
que sempre se lembrem de que perguntas ficam sem respostas,
até que sejam consultados os dois modos de enxergar: o linear e o interior.
Se algum artigo neste blog estiver como "autoria desconhecida" e você souber informar, agradecemos e faremos a devida correção. Solicitamos também que, ao ser extraída qualquer informação desta página, seja adicionada à devida autoria ou endereço:
http://clafilhasdalua.blogspot.com/