"Eu quero que todas as mulheres tenham a opção de ter seus filhos em casa e que possam optar por uma forma de amenizar a dor" (Patricia Hewitt, Secretária de Saúde da Inglaterra)
Revolução no Nascimento
Gestantes serão orientadas a dar à luz em casa, como parte de uma revolução na política de parto e nascimento inglesa.
Gestantes serão orientadas a dar à luz em casa, como parte de uma revolução na política de parto e nascimento inglesa.
Patricia Hewitt, Secretária de Saúde da Inglaterra, está desafiando a idéia de que o local mais seguro para se dar à luz é nos hospitais e que o parto domiciliar é perigoso. “Mais mulheres deveriam dar à luz em casa”, diz. A declaração tem sido considerada como o primeiro passo para uma mudança histórica na política do nascimento, pois médicos serão orientados a oferecer a todas as gestantes a chance de dar à luz em suas residências, com a assistência de uma obstetriz, e essas mulheres poderão ter suas próprias opções pra o alívio da dor. O jornal The Independent revela que o governo britânico está planejando uma mudança estratégica na política do parto e nascimento a fim de se distanciar dos hospitais e fomentar os partos domiciliares. O governo tem incentivado pesquisas sobre partos em casa e desafiando a presunção de que partos devem acontecer nos hospitais. A Secretária da Saúde quer "desmedicalizar" a gestação e desafiar o preconceito de que um parto deve ser realizado somente sob a supervisão de um médico. Segundo o Departamento de Saúde, essa mudança estratégica na direção de mais partos domiciliares faz parte de uma mudança do governo, que prevê mais serviços de saúde na comunidade e em domicilio, longe da urgência dos hospitais. O movimento chega junto com as novas estatísticas que revelam que mais de 200 mil mulheres, um terço de todas que dão à luz todo ano, sofrem de algum distúrbio psicológico após o parto.
Hewitt pretende "empoderar" as mulheres para que elas façam suas próprias opções de como querem ter seus bebês. "Eu quero que todas as mulheres tenham a opção de ter seus filhos em casa e que possam optar por uma forma de amenizar a dor", afirma. Andrew Lansley, porta-voz do Partido Conservador, questionou se existem obstetrizes suficientes para a realização de mais partos domiciliares. Maureen Treadwell, fundadora da Associação de Traumas no Nascimento, declara que as necessidades da parturiente devem ser levadas em conta. "Um grande número de mulheres tem tido stress profundos em relação ao parto. As mulheres não devem ser desencorajadas a ter um parto domiciliar se elas não apresentam nenhum quadro de risco, assim como as que decidem dar a luz em um hospital", afirma. Uma nova pesquisa, prevista para ser publicada no final deste ano, deverá constatar que houve pouca mudança na forma com que as parturientes têm sido tratadas no decorrer das últimas décadas. A autora do estudo, Dra. Caroline Gatrell, socióloga da Universidade de Lancaster, afirma: "Assim que você cruza a porta de um hospital, as chances de uso de fórceps são muito maiores e você tem bem menos mobilidade, o que aumenta ainda mais o stress." Cerca de 47% das mulheres na Inglaterra e 38% na Escócia tem dado à luz sem intervenções médicas. No entanto, grupos que defendem a prática acreditam que mais de 70% podem dar à luz de modo seguro em casa.
"O movimento de entrada nos hospitais na década de 70 e a crença de que partos domiciliares são perigosos foram baseados em estatísticas incorretas e estão chegando ao fim," afirma Belinda Phipps, chefe-executiva do Trust Nacional de Nascimento e Parto. "Passamos décadas lutando para que este problema seja levado à sério, mesmo com as evidências científicas acumuladas ao longo de anos, apontando para o fato de que o parto domiciliar é tão ou mais seguro que o parto hospitalar." Mavis Kirkham, professora de Enfermagem Obstétrica da Universidade de Sheffield, afirma: "Nós passamos por algumas gerações ouvindo que somente os hospitais são seguros e que coisas terríveis podem acontecer em casa, mas quando uma mulher conhece outra mulher que teve um parto em casa, e que está feliz, vemos mais mulheres escolhendo o parto domiciliar". Pesquisas do Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clinica Britânico mostram que mulheres que dão à luz em casa se sentem mais satisfeitas com a experiência do que aquelas que dão à luz em salas de parto hospitalares.
Fontes:
The Independent (14/05/2006) - Tradução: Tricia Cavalcante e Paloma Terra
http://news.independent.co.uk/uk/health_medical/article448999.ece
The Independent (14/05/2006) - Tradução: Tricia Cavalcante e Paloma Terra
http://news.independent.co.uk/uk/health_medical/article448999.ece
Extraído da página Parto do Princípio
Então queridas, sei que é na Inglaterra mas em algum lugar já começou... precisamos nos unir e nos fortalecer na busca pelo protagonismo da mulher no parto. Peço ajuda de vocês nesta semeadura, como diz Michel Odent "para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer".
Conversem com suas amigas sobre esse assunto, pesquisem, informem-se... semear esta idéia faz nascer perguntas dentro de cada mulher, faz brotar interesse pelo reavivamente de práticas antigas e naturais.
Conversem com suas amigas sobre esse assunto, pesquisem, informem-se... semear esta idéia faz nascer perguntas dentro de cada mulher, faz brotar interesse pelo reavivamente de práticas antigas e naturais.
Vivemos uma epidemia de cesarianas, o Parto (um processo natural e divino) tornou-se um Serviço, onde o bebê é o produto e a mãe... mera coadjuvante. Medicalizar o parto é mais um método de incapacitar a mulher, de tirar o seu poder, a sua força.
A maneira bruta como, muitas vezes, somos tratadas nos hospitais durante o trabalho de parto e parto, nos deixam marcas violentas e cicatrizes inesquecíveis (sem contar todas as intervenções desnecessárias pelas quais o bebê passa, que muitas de nós não têm nem idéia).
Abaixo compartilho, com pesar, um vídeo de um parto normal em hospital, não com a intenção de assustar nenhuma gestante (por favor, não me entendam mal), mas para que busquemos nossos direitos e preservemos a sacralidade de nossos corpos; para que saibamos escolher um profissional de confiança e total cumplicidade, que não irá nos enganar nem coagir no momento do parto; para que a hora de parir e de nascer seja um momento de êxtase e um verdadeiro Rito de Passagem.
A maneira bruta como, muitas vezes, somos tratadas nos hospitais durante o trabalho de parto e parto, nos deixam marcas violentas e cicatrizes inesquecíveis (sem contar todas as intervenções desnecessárias pelas quais o bebê passa, que muitas de nós não têm nem idéia).
Abaixo compartilho, com pesar, um vídeo de um parto normal em hospital, não com a intenção de assustar nenhuma gestante (por favor, não me entendam mal), mas para que busquemos nossos direitos e preservemos a sacralidade de nossos corpos; para que saibamos escolher um profissional de confiança e total cumplicidade, que não irá nos enganar nem coagir no momento do parto; para que a hora de parir e de nascer seja um momento de êxtase e um verdadeiro Rito de Passagem.
Vídeo Fonte: XôEpisio
Sei que assistir esse vídeo mexe com as nossas entranhas e pesa a atmosfera deste blog que é tão alegre mas, como diz a querida Bartira: "Mudança de paradigma não se faz de maneira suave, na prática".
"Quando vejo partos como esse (e o que mais há na Internet é a divulgação desse tipo de coisa) e me lembro dos partos como o da parteira Mexicana Naolí Vinaver (disponível em vídeo), os das mulheres os quais tive o imenso prazer de ver compartilhados em listas de discussão de Parto Humanizado - onde as mulheres pariram sorrindo e gemendo mais de alegria que de dor, com seus parceiros, com seus filhos, em casa ou em hospital, mas com o apoio e carinho que merecem, lembro-me também de quanto já foi mudado no caminho que percorremos, mas, mais ainda, de quanto ainda temos que fazer". (Bartira - do blog Xô Episio)
Espero, como a Bartira, que em breve possamos ver partos e atendimentos neonatais como esse e pensar "que triste história do passado", mas com um sorriso feliz no rosto porque então as crianças nascem com dignidade.
Abraço fraterno,
Ana Paula Andrade (Kene)
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