17 de mai. de 2011

Xampus, Pastas de Dente e Detergentes - Perigosos e Mortais: Podem 16 mil Pesquisas Estar Erradas?

*By Dr. Mercola*

Produtos de cuidado pessoal transformaram-se numa indústria de 50 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Todos somos seduzidos pelos aromas inebriantes, embalagens chamativas e promessas atraentes da juventude eterna que estes produtos oferecem.


Mas qual o *custo real* de aplicar estes produtos em nossos corpos?
No entanto, se fosse-nos contado que estes produtos de cuidado pessoal podem nos colocar em risco por danos em nossos cabelos e pele, por problemas imunológicos, lesão aos nossos olhos e provavelmente mesmo o câncer, gastaríamos um pouco de nossa atenção com seus ingredientes?

Para aumentar nossa visão crítica e consciência das substâncias químicas nos alimentos que comemos, levou-nos, muitos de nós, a ler os rótulos (labels).
Se estivermos fazendo isso como parte de nossa rotina, ótimo. Mas se não, é melhor fazermos para alongarmos nossa existência.

Mas que são estes produtos que estamos esfregando sobre todo nosso corpo?

- Maquiagem dos olhos (Eye makeup) podem ser absorvidas pelas mucosas altamente sensíveis de suas membranas.
- Hair sprays, perfumes e pós podem ser inalados, irritando nossos pulmões.
- Batons (Lipstick) lambemos e engolimos.
- Cremes (Sunscreen) e loções solares são absorvidos através de nossa pele.
- Xampus (Shampoo) podem entrar nos nossos olhos ou de nossos nenês.
- Detergentes de lavanderia podem, em pequenas quantidades, entrar em contato com nossas peles via os resíduos que ficam nas roupas.

Em 2004, uma pesquisa de seis meses foi feito com o uso de produtos de cuidado pessoal (about personal care product use).
Mais do que 10 mil ingredientes de produtos de cuidado do corpo foram avaliados, envolvendo 2.300 participantes.

Uma das descobertas foi que os adultos usam por dia, em média, nove destes produtos que contêm 126 substâncias químicas diferentes. Também foi constatado que mais de 250 mil mulheres, e um em cada 100 homens, usem uma média de 15 produtos por dia.

São estes produtos tão seguros como os rótulos querem nos fazer crer?

Com estes miríades de produtos químicos no mundo lá fora, seria impossível cobri-los todos em um só relato. No entanto, fui à luta e cobri os componentes mais importantes. Podem ser encontrados nos meus artigos utilizando a janela de busca no alto de cada um deles.

Este artigo focará em um componente chamado sódio lauril sulfato ou sódio lauril éter sulfato (SLS/SLES), uma substância química muito comum empregada por toda a indústria de cosméticos.

Grandes ondas de desinformação, mito e rumores rondam o SLS/SLES e aqui pretendo discutir o que é realmente sabido quanto a este químico e seus risco potencial sobre nós.


O que colocamos SOBRE nossas peles pode ser mais perigoso do que comemos.

Colocar substâncias químicas sobre nossas peles e couro cabeludo (on your skin or scalp) pode na verdade ser *pior* do que comê-los. Quando comemos alguma coisa, as enzimas presentes na nossa saliva e o estômago auxiliam na quebra e na expulsão dela de nosso corpo. Entretanto, quando colocamos estes produtos sobre nossa pele, eles são absorvidos diretamente para nossa corrente sangüínea sem nenhum tipo de filtragem, indo direto para nossos delicados órgãos.

Uma vez que estes químicos encontrem sua rota dentro de nossos corpos, eles tendem a acumular-se no tempo porque efetivam ente não dispomos das enzimas necessárias para as metabolizar.

Existem milhares de substâncias químicas utilizadas nos produtos de cuidado pessoal e o governo dos EUA não emite nenhuma determinação para avaliação antes de serem vendidos.

A ONG norte-americana *Environmental Working Group* (*EWG*) estima que um entre cinco cosméticos pode estar contaminado com um agente causador de câncer[2] .
Esta organização sem fins lucrativos de interesse público é conhecida por fazer conexões entre a exposição química e as condições adversas de saúde.

A UNEP/United Nations Environmental Programme (nt.: Programa das Nações Unidas para o Meio  ambiente/PNUMA) estima que aproximadamente 70 mil substâncias químicas estão em uso comum no mundo. E que mil novas substâncias estão sendo introduzidas a cada ano. De todas as substâncias químicas usadas em cosméticos, o *National Institute of Occupational Safety and Health*/*NIOSH* (nt.: Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA) reportou que quase 900 são tóxicos e que esta
estimativa pode estar sendo baixa.[3]

Muitos dos mesmos venenos que poluem o ambiente também estão à espreita nos frascos e garrafas que se alinham nas prateleiras de nosso banheiro. Nós todos correm risco pelo despejo de resíduos tóxicos dos produtos que utilizamos, dos alimentos que ingerimos e do ambiente no qual vivemos.



Por que nos preocuparmos com nossa pele?

Nossa pele é muito mais do que um invólucro que nos impede de nos desmancharmos num amontoado morfo de carnes. Ela é o maior órgão do nosso corpo.

Pode ser que não estejamos conscientes das muitas funções de proteção que nossa pele tem. Devemos considerar que nossa pele:


- Protege nossos órgãos internos tanto de injúrias como infecções além de ser nossa defesa primária e mais importante contra as infecções.
- Ajuda a eliminar os resíduos do corpo através da perspiração.
- Assiste nosso sistema imunológico ao prover uma barreira protetora contra vírus e bactérias, prevenindo então as infecções.
- Prove um habitat favorável para as bactérias benéficas.
- Auxilia a manter a temperatura corpórea pelo controle do fluxo de calor entre nós e o ambiente.
- Segura a umidade, mantendo nosso delicado equilíbrio de fluidos do organismo.
- Produz vitamina D, que é crucial para nossa saúde.
- Envia mensagens sensoriais para nosso cérebro por ser rica em receptores, tais como a percepção de duro/macio e quente/frio, assim nos permitindo reagir às condições perigosas em nosso entorno.

Nossa pele é vital para nossa saúde, mesmo que muitas pessoas falhem ao tomar conta dela. Em razão de nossa pele ter a habilidade de absorver muito do que se coloca sobre ela, escolhas conscientes são críticas para otimizarmos nossa saúde.
*Devemos dar à possa pele o mesmo cuidado avaliado que damos à nossa dieta, porque muito do que colocamos SOBRE nós mesmos acaba DENTRO de nós mesmos.*


Escolhamos Nossos Cosméticos "Naturais" Cuidadosamente

Não existe legislação federal para produtos de beleza; qualquer um pode se declarar “natural” ou “orgânico” (anyone can claim their product is"natural" or "organic").
Um rótulo com a palavra "natural" não significa que o produto contenha somente ingredientes naturais ou orgânicos.

De acordo com a *Organic Consumers Association/OCA* (nt.: Associação de Consumidores Orgânicos), cuja atual "*Coming Clean Campaign*" (nt.: Campanha Vem limpo) visa tornar mais limpos os produtos de cuidado pessoal industriais. A palavra “orgânica” não está propriamente regulamentada para os produtos de cuidado pessoal como está com os produtos alimentícios, a menos que o produto seja certificado pelo Programa Nacional sobre Orgânicos dos EUA.[4]

De fato, alguns produtos de beleza "orgânicos" contêm somente o percentual de um dígito de ingredientes orgânicos. Algumas marcas usam ingredientes que são derivados de fontes naturais, mas que são altamente processados e contêm compostos sintéticos e petroquímicos.

Quando se trata da rotulagem de cosméticos e dos produtos de cuidado com o corpo, há uma espécie de liberdade geral.

Num relatório liberado em 14 de março de 2008, a *OCA* detectou pelo menos uma substância química relacionada com o câncer e mais do que 40% dos produtos que eram apresentados como “naturais” (OCA found at least one toxic, cancer-linked chemical in over 40 percent of products that call themselves "natural").

Sódio Lauril Sulfato ou Lauril Sulfato de Sódio (SLS), Sódio Lauriléter Sulfato ou Lauriléter Sulfato de Sódio (SLES), e Amônio Lauril Sulfato ou Lauril Sulfato de Amônio (ALS)

O Lauril Sulfato de Sódio é um surfactante, detergente e emulsificador usando em milhares de produtos cosméticos, como também em limpadores industriais. Está presente em praticamente todos os xampus, tratamentos do couro cabeludo, tinturas de cabelo e agentes branqueadores, pastas de dente, “*body washes*” e removedores de maquiagem, base de maquiagem, sabão líquido de mãos, detergentes de lavanderias e óleos e sais de banho.

Apesar do SLS ser originário de palma, a substância química não é nada natural.

O real problema com o SLES/SLS é que o processo de fabricação (etoxilação) resulta que eles acabam ficando contaminados com 1,4 dioxane, um sub-produto carcinogênico [5], que será discutido adiante com mais detalhes.

O SLS é o sal de sódio do lauril sulfato e é classificado pelo Banco de Dados de Cosméticos da ONG EWG com um "desnaturante, um agente limpador surfactante, emulsificante e espumador", classificada como "risco moderado".

Similar ao lauril sódio sulfato (SLS) é o sódio *laureth* sulfato (abreviatura de sódio lauril éter sulfato, ou SLES), um detergente amarelo com alta habilidade de criar espuma. O SLES é considerado como sendo
levemente menos irritante do que o SLS.

O amônio lauril sulfato (ALS) é outra variação do surfactante comumente colocado em cosméticos e removedores para torná-los espumantes. O ALS é similar ao SLS, com riscos similares.

O SLS tem outros nomes, incluindo:

Dodecil Sódio Sulfato

A13-00356

Ácido Sulfúrico, monododecil éster, sal de sódio

Akyposal SDS

Sal de Sódio ácido sulfúrico

Aquarex ME

Monododecil éster sal sódio ácido sulfúrico
Aquarex methyl


Podem Estar Erradas 16 mil Pesquisas Sobre o SLS?

De acordo com o guia “Pele Profunda: Revisões de Segurança em Cosméticos” da ONG *Environmental Working Group*[6], as pesquisas sobre o SLS mostraram conexão com:

- Irritação da pele e dos olhos;
- Toxicidade em órgãos;
- Toxicidade com o desenvolvimento e a reprodução;
- Neurotoxicidade, disfunção endócrina, ecotoxicologia e alterações bioquímica ou celular;
- Possóveis mutações e câncer.

Se visitarmos a página do SLS no website da *Environmental Working Group* (*EWG*)[6] , veremos uma longa lista de preocupações sobre a saúde e pesquisas associadas. De fato, veremos também serem mencionados em torno de 16 mil pesquisas publicadas no link da *PubMed science library* (nt.: website do
National Institutes of Health) sobre a toxicidade desta substância química.

Existem efetivamente motivos para preocupações quanto ao uso de produtos contendo esse agente. No entanto, abundam os céticos que afirmam que estas preocupações são exageradas e infundadas. Não é de admirar que os consumidores estão completamente confusos sobre o quanto de risco este químico coloca.

Mesmo que a maioria das pesquisas seja feita sobre o SLS ele mesmo e não sobre os produtos que o contêm, o *EWG* afirma:
*"Os reais riscos de saúde variarão com base no nível de exposição ao ingrediente e suscetibilidade individual".*

Muitos dos estudos com animais de laboratório envolveram a aplicação de SLS diretamente nos olhos dos animais e foram alimentados diretamente com SLS.
Como pode ser esperado com QUALQUER substância química, comê-lo ou colocá-lo nos olhos podem ser péssimas notícias!

Mesmo substâncias naturais aplicadas em altas concentrações (por exemplo, óleo de canela e óleo de orégano) podem ter efeitos adversos.

Mas altos níveis de ingestão de SLS, tanto oralmente como pela pele, não são ordinariamente experenciadas no emprego normal de cosméticos—*é o emprego gradual,* *os efeitos cumulativos de longo prazo e as exposições repetidas que são a real preocupação.* E há uma séria lacuna de pesquisas de longo prazo de TODOS estes químicos nestes produtos—assim nós realmente não conhecemos quais são os efeitos de longo prazo.

Não é somente exposição repetida de uma substância química—mas sim os efeitos combinados de milhares de pequenas exposições a substâncias químicas, no dia-a-dia, que geram as preocupações.

Selecionar através de evidências é ainda mais complicado quando os resultados das buscas são exagerados e citados erroneamente, e então circularam na Internet como se fosse um fato.


A Débâcle da Pesquisa do Dr.Green.

A imensa fonte de desinformação surgiu de uma grande equívoco de interpretação (ou deturpação) da pesquisa[7] feita pelo Dr. Keith Green da Escola de Medicina da Georgia, Departamento de Oftalmologia, que se fixou na absorção de SLS pelos tecidos oculares. Paula Begoun (também conhecida como "A Tira dos Cosméticos"), explica em seu site[8] como a controvérsia do Dr. Green ocorreu.

O Dr. Green investigou a absorção do SLS pelo olho, mas NÃO pesquisou o efeito do SLS na visão, nem estudou as crianças ou cataratas.

No entanto, suas descobertas citados erroneamente pelos fanáticos anti-SLS a tal ponto que ele despendeu anos tentando ajustar seus dados efetivos a respeito de suas descobertas e conclusões.

O Dr. Green descobriu que o SLS é rapidamente absorvido e acumulado pelos tecidos do olho, onde é retido por até cinco dias. Ele também descobriu que a absorção de SLS é maior em coelhos mais jovens do que em coelhos adultos, e que o SLS provoca alterações em algumas proteínas do olho.

No entanto, citou-o como quem escreveu (em um trabalho levado à Conferência sobre Prevenção de Cegueira):

"O SLS é um produto sistêmico que pode penetrar e ser mantido no olho, no cérebro, coração, fígado, etc, com efeitos potenciais de longo prazo. Pode retardar a cura e causar catarata em adultos além de pode manter os olhos das crianças fora de desenvolvimento correto".

É claro que essa afirmativa foi muito além dos limites de seu estudo. Negou ter alguma vez dito isso. A controvérsia que se seguiu levou a uma enorme quantidade de artigos e depoimentos, com base nessa desinformação, que não têm feito outra coisa senão aumentar a confusão sobre o SLS e alimentando
ambos os lados da questão.

O Dr. Green afirmou mais tarde numa entrevista com Paula Begoun:
*"Não existe parte de minha pesquisa que indicasse qualquer problema de desenvolvimento do olho e de cataratas originários do SLS ou SLES, além disso os organismos não retém e problemas de catarata SLES e SLS ou o organismo não retém esses ingredientes de todo jeito."*

Disse também que ele nem sequer se deteve da questão com as crianças. Mais tarde afirma que suas descobertas foram insignificantes que não tinha mais interesse em continuar pesquisando o assunto.

Apesar das declarações posteriores do Dr. Green negando a importância de suas descobertas, há preocupações legítimas a respeito do SLS e seus efeitos sistêmicos, com base em vários outros estudos.

O fato de que as conclusões de um estudo terem sido deturpadas, não significa que os riscos não são reais. Os pessimistas gostam de citar o desastre da pesquisa do Dr. Green, mas NÃO mencionam as outras evidências dos riscos potenciais para a saúde do SLS.


Os Perigos Reais do SLS—Rumores Aparte

Uma série de estudos relata que o SLS é prejudicial tanto para a mucosa oral como para a pele. Isso não é de surpreender, pois o SLS está sendo utilizado, na verdade, como um agente irritante de pele. Ele é usado quando os tratamentos médicos para a irritação da pele exigem um tipo de agente que seja intencionalmente irritante.

- Uma pesquisa junto à Faculdade Stern para Mulheres na Universidade de Yeshiva, em Nova York, quando em 1997 examinava o SLS em bochechos.
Detectaram que o SLS em enxágües bucais causava descamação do epitélio oral e uma sensação de queimação em voluntários humanos.[9]
- Um estudo que aparece na Dermatologia Exógena (nt.: publicação bimensal suíça) confirmou que o SLS é muito “irritante corrosivo" para a pele, e que esta sensação persistiu nos nas áreas de investigação por três semanas. [10]
O SLS exerce seus danos por desnudar sua pele da proteção tanto de seus óleos como de sua umidade.
- O SLS está associado ao aumento de úlceras aftosas (aftas), devido ao efeito de desnaturação e irritação da mucosa oral.[11]

Engolir o SLS provavelmente provocará náuseas e diarréias. É também usado como laxante em lavagens intestinais. [12]Portanto, devemos ter cuidado para não engolir muito o creme dental que contiver o SLS.

De acordo com Judi Vance, autora do livro *Beauty to Die For** (**nt.: **Beleza para morrer*), o SLS pode causar danos ao DNA celular. Em um artigo para * ConsumerHealth.org*[13], ela afirma que uma associação dental no Japão, testaram os efeitos do SLS em bactérias, detectaram ser mutagênico. Afirma também que os *folículos capilares* são importantes transportadores de produtos químicos nocivos para
dentro de nossos corpos.


Conexão Entre o SLS, o Óxido de Etileno, o 1,4 Dioxane e a Câncer A
Evidência conectando o SLS ao câncer é um pouco difícil devido à escassez de pesquisas científicas. No entanto, os efeitos cancerígenos são possíveis quando se considera que tanto o SLS como o SLES são, freqüentemente, contaminados por duas conhecidas substâncias cancerígenas:

- *Óxido Etileno oxide* (que é o "E" nos SLES representa). Retornando ao website *Skin Deep*, o óxido etileno (ethylene oxide) revela ter "alto risco", aparecendo como uma impureza em milhares de produtos de cuidado pessoal. É utilizado para "etoxilar" o SLS e outros químicos, para torná-los menos áspero.
- *1,4 dioxano*, é um subproduto do óxido etileno, que também recebeu uma classificação de "alto risco" pelo Skin Deepe está associado com uma lista ainda maior de produtos de cuidado pessoal. No site do *International Chemical Safety Cards* (CDC site, 1,4 dioxane) é descrito como "provavelmente  carcinogênico para humanos," (nt.: “update 2007” - atualização de 2007) tóxico para o cérebro e “sistema nervoso central, rins e fígado”. Também lidera a contaminante das águas subterrâneas.

Para evitar o 1,4 dioxane, a *Organic Consumers Association*/*OCA* (nt.: Associação de Consumidores Orgânicos) recomenda recusar produtos com indicações de etoxilação.

Para fazer isso, procurar os seguintes sufixos nos ingredientes: "miret", "olet", "lauret", "cetearet" e quaisquer outras substâncias terminadas em "et", "polietileno", "PEG: pode vir como polietileno glicol, polisorbato,
poliglicol ou copoliol, ", "polioxietileno" ou "oxinol."

Por exemplo—sódio *lauret* sulfato.
Tanto o polisorbato 60 com o polisorbato 80 estão também muitas vezes contaminados com o 1,4 dioxano, de acordo com oDr. Samuel Epstein [14].

O FDA continua a assumir a posição de que os níveis de 1,4 dioxano em produtos de higiene corporal são baixos demais para serem considerados prejudiciais [15]. Mas dado que NÃO existem produtos disponíveis SEM 1,4 dioxano, como termos alternativas para nossa saúde?

Nossa melhor aposta é comprarmos produtos que estejam certificados no Programa Nacional Orgânico dos EUA. Mas elas não estiverem disponíveis, devemos selecionar os produtos cujos ingredientes tanto  reconhecemos como podemos pronunciá-lo!


O SLS e as Nitrosaminas

O SLS também está relacionado às nitrosaminas. Elas (as nitrosaminas) são potentes carcinogênicas que levam nosso organismo a absorver nitratos, também conhecidos carcinogênicos.

De acordo com um artigo feito por Greenfeet[16], pelo menos uma pesquisa conectou o SLS à absorção de nitrato. O artigo de Greenfeet afirma:

*“Uma pesquisa citada no Wall Street Journal (01 de novembro de 1988) conectou o SLS a cataratas e a absorção de nitrato (nitratos são carcinogênicos—ou substâncias que causam câncer). Aparentemente, esta
absorção ocorre quando o SLS torna-se contaminado com NDELA (N-nitrosodietanolamina) durante o processamento”.*

*“Esta contaminação resulta do SLS entrar em contacto com qualquer quantidade de produtos químicos, incluindo **TEA**(**trietanolamina**), comumente usado tanto em xampus como em detergentes”.*

Assim, o SLS combina com a TEA, resultando em NDELA, que é uma nitrosamina e reconhecido carcinogênico.

A bioquímica é muito complexa devido a este "coquetel químico" que é o xampu ou o líquido para mãos que usamos. Quando estes ingredientes químicos entram em contato um com o outro, toda a sorte de ligações moleculares começa a se formar e novas substâncias químicas não intencionadas são produzidas.

Infelizmente, algumas destas substâncias químicas não intencionadas são as nitrosaminas.

Como o artigo acima aponta, não há meios possíveis da FDA (nt.: Agência norte-americana que cuida dos fármacos e dos alimentos) poder testar todas as combinações de químicos disponíveis, em uma única mistura.

Dai então, enquanto um ingrediente individual pode ser considerado saguro, uma vez que misturemos numa fermentação, todas as apostas estão lançadas.
Somente porque o SLS não contém nitrogênio, não significa que ele não POSSA TER nitrogênio vindo da sopa química e ligando-se com ele forma a nitrosamina letal.


Como Avaliar A Carga Tóxica de Nossa Higiene Pessoal

Para que não fiquemos indiferentes a estes resultados pensando que nossa exposição é "insignificante", sejamos mais atentos.

Será que sabemos que, ao usarmos cosméticos convencionais em uma base diária, podemos estar absorvendo, através do nosso corpo, a cada ano, quase 10 quilos de produtos químicos e tóxicos (you can absorb almost *5 pounds* of chemicals and toxins)?

O uso diário de produtos comuns de cuidado pessoal, aparentemente benignos com xampus, pasta de dente e gel de banho, facilmente resulta numa exposição de *milhares de substâncias químicas*, e muitas podem fazer seus percursos para dentro de nossos corpos tornando-se “prisioneiras” nele, já que a ele falta meios para metabolizá-las.

Esta carga tóxica pode se tornar um fator significativo contribuindo para problemas de saúde e doenças graves (health problems and serious diseases), especialmente se nossa dieta e hábitos de praticar exercícios estiverem faltando.

Mulheres parecem ter predisposição pra maiores desordens autoimunes do que os homens. Doenças como tiroidismo, fibromialgia e esclerose múltipla são muito mais comuns em mulheres.

Talvez um dos fatores que mais contribui é que as mulheres tendem a utilizar muito mais produtos de cuidado pessoal do que os homens.

Caso que esteja lendo esse material seja mulher, agir com as informações constantes nele pode ser particularmente importante. Será que o teu toucador ou penteadeira é um depósito de bombas tóxicas?

Sem dúvida que é particularmente desafiante estabelecer uma conexão entre estas exposições químicas rotineiras no dia-a-dia já que seus efeitos adversos podem não ser perceptíveis por anos.

Como Theo Colburn traz em seu livro *Our Stolen Future*[17] (livro editado no Brasil pela L&PM, em 1997, com o título “O Futuro Roubado”), em alguns casos, os efeitos não são percebidos na pessoa exposta,
mas SIM em sua prole. Esta situação tem sido constatada no reino animal, como também em humanos. Tem-se percebido que alguns adultos mostram a doença décadas depois da exposição pré-natal.

Se quisermos aprender mais sobre os efeitos sobre a saúde provocado por esses químicos aos quais somos rotineiramente expostos, como autor deste artigo reforço fortemente que leiam “Nosso mundo tóxico: o despertar da consciência” (*Our Toxic World: A Wake Up Call*) da Dra. Doris Rapp. Ela faz um trabalho completo de desvelar as muitas formas a que estamos expostos por produtos químicos tóxicos e como eles
contribuem para doenças crônicas.


Tu, O Mais Novo Parceiro!

Com a possibilidade remota de avaliação sobre a exposição em longo prazo do SLS e seus parceiros contaminantes, a melhor recomendação é esquivar-se deles, evitando totalmente o risco, uma vez que existem alternativas disponíveis.

A maneira mais fácil para nos assegurarmos que não estamos expostos a agentes potencialmente danosos, é fazermos nossos próprios produtos de cuidado pessoal utilizando ingredientes completamente naturais que já
poderemos ter em nossas casas.

Descobrir receitas para nossa própria elaboração de produtos de beleza pode ser feito num instante se acessarmos à Internet. Mesmo acessando ao *Google* com a expressão "*homemade cosmetics*" (nt.: cosméticos caseiros; em português viram mais de 180 acessos, virão mais de 400 mil acessos de receitas e instruções.

Se manusear loções e poções não está entre tuas habilidades, leia seguramente os rótulos e cheque os produtos antes de comprá-los. O site mencionado acima, *Skin Deep* (Skin Deep ), é uma excelente fonte de pesquisa. Um site bem novo chamado “Guia de Bem” [(GoodGuide ) (nt.: em inglês a palavra “good” pode ser bom e coisa/bem)] também é útil para localizares e avaliares produtos ecológicos e saudáveis (nt.: nos EUA), tanto de higiene pessoal como alimentos.

Também ofereço uma linha de produtos para a pele maravilhosos (http://www.mercolahealthyskin.com/organic-body-butter.aspx). Há alguns anos nossa equipe desenvolveu uma das poucas linhas de cosméticos orgânicos certificados nos EUA (USDA certified organic cosmetic lines in the US).
Sou constantemente surpreendido com os comentários sempre positivos que recebo de amigos e parentes o que para mim passa a ser um presente.

*Dicas e truques finais para aliviarmos a carga tóxica sobre nós*

Aqui estão algumas outras sugestões para ajudar a evitar o SLS e outros produtos químicos desagradáveis:

- Procure pelo genuíno Selo Orgânico dos EUA (USDA Organic Seal) 18.
- Se não pudermos pronunciar o nome de algum ingrediente, provavelmente não vamos querer colocar isso em nosso corpo. O melhor será nos perguntarmos: “Será que eu comeria isso aí?”
- Procure produto que sejam livres de fragrâncias. Uma fragrância artificial (artificial fragrance) pode conter centenas—mesmo milhares—de químicos e as fragrâncias são a maior causa de reações alérgicas.
- Prestemos atenção à ordem com que os ingredientes são listados. Os fabricantes são obrigados a listá-los em ordem decrescente em função do volume, significando que os primeiros ingredientes são os mais proeminentes.
Se o extrato de calêndula for o último da longa lista, este “*body wash*” de calêndula não é muito natural.
- • Fiquemos com o básico. Será que realmente precisamos de uns 20 produtos para nos preparar para nosso dia? Simplifiquemos nossas vidas e resgatemos nossa conta bancária.
- Compremos produtos que venham em embalagens de vidro mais do que de plástico, já que estas substâncias químicas podem lixiviar das embalagens plásticas para seus conteúdos. O Bisfenol A (BPA) gera uma forte preocupação; tenhamos certeza de que as embalagens plástica, quando for o caso, sejam livre de BPA (BPA free).
- Beber, todos os dias, muita água filtrada (filtered water) para ajudar a expulsão das toxinas do corpo.
- Comer bons volumes de vegetais orgânicos com cores vibrantes (e frutas, com moderação) para manter o corpo bem abastecido com antioxidantes.
- Procurar produtos que sejam feitos por empresas que tenham correlação com a preservação da terra, dos animais e sejam ecológicas. [Para mais informações sobre como comprar produtos livres de crueldade, ir ao *Group for the Education of Animal-Related Issues/GEARI*.19]

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1. Environmental
Working Group's Skin Deep Cosmetic Safety
Database
2. Environmental
Working Group (EWG),
3. Hill
A. "Make-up kit holds hidden danger of cancer," *The Observer* (April 7, 2002)
4. Coming
Clean Campaign, *Organic Consumers Association*
 5. Chenery
N. "The Case Against Sodium Laureth Sulfate," Organic Health Business Articles
6. Environmental
Working Group: Skin Deep Cosmetic Safety Database: Sodium Lauryl Sulfate
7. Green
K, M Chapman J, Cheeks L, M Clayton R, Wilson M and Zehir A. "Detergent penetration into young and adult rabbit eyes: Comparative pharmacokinetics" *Cutaneous and Ocular Toxicology *(1987);6(2):89-107.
8. Begoun
P. "Sodium Lauryl Sulfate," Paula's Choice: Superior Skin Care, Expert Information.
9. Babich
H and Babich J P. "Sodium lauryl sulfate and triclosan: In vitro cytotoxicity studies with gingival cells"
(May 16, 1997) 91(3):189-196.
10. Lee
C H, Kim H W, Han H J, Park C W. "A comparison study of nonanoic acid and sodium lauryl sulfate in skin
irritation ,"*Exog Dermatol* 2004;3:19-25
11. Herlofson
B B and Barkvoll P. "Sodium lauryl sulfate and recurrent aphthous ulcers: A preliminary study," *Acta Odontol Scand* 1994:257-259.
12. Sodium
lauryl sulfate, Wikipedia
13. Vance
J. "Deathtraps in the cosmetics we use," Consumer Health Organization of Canada
14.
"Sodium lauryl sulfate facts?"
15.
"*1,4-Dioxane," *US Food and Drug Association, CFSAN/Office of Cosmetics and Colors, July 3, 2007,
16.
"Sodium lauryl sulfate—The facts" by Greenfeet
17. Colborn
T, Dumanoski D and Meyers J P. *Our Stolen Future: Are We Threatening Our Fertility, Intelligence, and Survival?*(Plume, 1996)
18. United
States Department of Agriculture, Organic Certification Program
19. Group
for the Education of Animal-Related Issues (GEARI)

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha.

Site NossoFuturoRoubado

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